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Holanda é primeiro país europeu a voltar à quarentena após aumento de casos de Covid

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Nas próximas três semanas, bares, restaurantes e supermercados terão horário para fechar e não será permitida presença de público em eventos esportivos

O premier holandês, Mark Rutte: governo anuncia nova quarentena Foto: BART MAAT / AFP

AMSTERDÃ — A Holanda vai impor a primeira quarentena parcial na Europa Ocidental desde o verão no Hemisfério Norte, em meados do ano, em uma tentativa de conter o aumento de casos de Covid-19. A partir deste sábado e nas próximas três semanas, bares, restaurantes e supermercados terão que fechar as portas às 20h, e o comércio não essencial, às 18h. As pessoas também serão incentivadas a trabalhar de casa, e não será permitida a presença de público em eventos esportivos. Escolas, teatros e cinemas, no entanto, vão permanecer abertos.

Ao anunciar as novas medidas, o primeiro-ministro, Mark Rutte, também alertou que os holandeses só poderão receber o máximo de quatro pessoas em suas casas. Além disso, o governo está estudando maneiras de restringir a entrada em locais públicos de pessoas não vacinadas, uma medida que exige aprovação no Parlamento.

— Esta noite estamos trazendo uma mensagem muito desagradável com medidas muito desagradáveis e de longo alcance — disse Rutte em um discurso televisionado na noite desta sexta-feira. — O vírus está em toda parte e precisa ser combatido em todos os lugares.

O número de novos casos de coronavírus no país aumentou rapidamente depois que as medidas de distanciamento social foram abandonadas, no fim de setembro, e atingiram um recorde diário de 16.300 na quinta-feira. O novo surto já pressiona hospitais em todo o país: no mês passado, cerca de 55% dos pacientes em hospitais holandeses e 70% daqueles em UTIs eram pessoas não vacinadas ou apenas parcialmente vacinadas, de acordo com dados fornecidos pelo Instituto de Saúde da Holanda (RIVM).

As novas restrições representam uma mudança drástica na política do governo holandês, que até o mês passado considerava que uma taxa de vacinação relativamente alta significaria a suspensão de mais medidas no fim do ano. Até agora, cerca de 68,9% da população holandesa foram totalmente vacinados contra Covid-19. A dose de reforço, no entanto, só foi oferecida a um pequeno grupo de pessoas com sistema imunológico fraco e será oferecida a pessoas com 80 anos ou mais em dezembro.

Além da Holanda, outros países consideraram novas medidas à medida que as infecções diárias voltam a atingir níveis recordes na Europa. A Áustria deverá impor no domingo uma quarentena apenas para pessoas não vacinadas. As novas medidas de restrição nos países europeus demonstram a dificuldade de conter a propagação da doença, mesmo após a introdução da vacina, embora os países mais atingidos sejam também aquelas onde as taxas de vacinação são mais baixas ou pararam de avançar.

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Nesta sexta-feira, o Centro Europeu para Prevenção e Controle de Doenças alertou que a situação de saúde devido à pandemia continua a se deteriorar na União Europeia e é “muito preocupante” em 10 países, entre eles a Holanda — os outros são Bélgica, Polônia, Bulgária, Croácia, República Tcheca, Estônia, Grécia, Hungria e Eslovênia.

Os países em “situação preocupante” são Alemanha, Áustria, Dinamarca, Finlândia, Irlanda, Letônia, Lituânia, Luxemburgo, Romênia e Eslováquia.

“A situação epidemiológica na UE é caracterizada por um aumento rápido e significativo dos casos e uma taxa de mortalidade baixa, mas lentamente crescente”, resume o órgão. “Casos, internações e mortalidade devem aumentar nas próximas duas semanas.”

O Globo e agências internacionais