*Vinicius de Santana
O prefeito de Petrolina, Miguel Coelho (MDB), tem deixado suas pegadas em diversos contatos fora de seu domicílio eleitoral, em uma clara decisão de que está se preparando para deixar a Prefeitura e enfrentar a eleição para Governador do Estado em 2022, tudo isso num momento em que os números da COVID e o colapso do sistema de saúde mais se acentua, deixando milhares de famílias desoladas e apreensivas.
Suas recentes incursões na imprensa estadual não deixam outra impressão, enaltecendo Petrolina como cidade referência do estado, inclusive quanto ao número de mortos, reclamando da ausência de investimento azul e branco e que Paulo Câmara governa somente para os seus.
Recentemente, convocou Marília Arraes do PT para integrar a oposição que articula, asseverando que “Não cabe a mim discutir questão interna do PT, mas cabe reconhecer que Marília saiu com um papel maior para 2022. O partido dela pode não ser oposição, mas ela é!”
Como será a montagem do quebra-cabeça para o governo em 2022? Neste momento grave, de consequências imprevisíveis, outros potenciais candidatos não mostram seu tamanho nem seu desenho, ou seja, ainda não dá para se perceber quanto cada parte vai contribuir para formar o todo, nem sua posição no painel geral do quebra-cabeças, se central ou mais periférico.
Miguel integra, hoje, o MDB, partido governista em Pernambuco, em especial na capital, e nas suas andanças esteve, inclusive, com o Presidente Estadual do MDB, o Deputado Raul Henry.
Convém memorar que Miguel Coelho chegou à Prefeitura, para o seu primeiro mandato, pelas asas do PSB; seu pai, o senador Fernando Bezerra (MDB), que foi escolhido para compor a majoritária por Eduardo Campos, sendo eleito ao lado de Paulo Câmara e Raul Henry, encerrará seu mandato em 2022, conquistado, também sob o abrigo do PSB, depois de uma passagem estratégica no Governo da Presidente Dilma Roussef!
Mesmo sendo líder no governo Bolsonaro, Fernando Bezerra teve o dissabor de ver seu candidato em Recife (Mendonça Filho, do DEM) não receber apoio do Presidente (sem partido) que preferiu apoiar a Delegada Patrícia do PODEMOS.
Diante dessa colcha de retalhos que se costura, qual é mesmo a pretensão de Miguel Coelho? Seu pai vai concorrer ou não ao Senado? Se candidatará a Deputado Federal? Seu irmão, Fernandinho, também será candidato a Federal? Este pelo DEM? DEM e MDB marcharão juntos? Em pleno pique da pandemia, sua arrancada é oportuna?
Por enquanto, vamos acompanhando os desenhos e os tamanhos das pedras do quebra-cabeça que vai se formar para que interesses comuns se unam e, ao final, se ofereça alguma coisa ao eleitor, ainda que a superfície não mostre os alinhavos e os nós cegos do avesso.
Fora isso, vivemos uma nefasta pandemia!
*Vinicius de Santana é editor do blog e Jualina