Com a chegada da matéria-prima suficiente para 10 milhões de doses, Instituto Butantan retomará a produção que havia sido interrompida no dia 18 de junho. Governo estadual também anunciou chegada de 1 milhão de doses prontas na terça-feira (29).
Um novo lote com 6 mil litros de insumos para a produção da CoronaVac, vacina contra a Covid-19, chegou na tarde deste sábado (26) ao Aeroporto Internacional de Guarulhos, em São Paulo.
Segundo o Instituto Butantan, o carregamento de Ingrediente Farmacêutico Ativo (IFA) vindo da China será suficiente para a produção de 10 milhões de doses da vacina.
A produção do imunizante em território nacional havia sido paralisada por falta de matéria-prima na última sexta-feira (18), após o envio de 2,2 milhões de doses prontas ao governo federal.
Segundo o instituto, a partir do momento que o IFA chega ao Butantan, aguarda-se, em média, 24 horas para que seja possível iniciar o envase.
Nesse período, são avaliados diversos fatores, como a variação de temperatura sofrida com a viagem. Além do envase, os insumos também passam pelos processos de rotulagem, embalagem e controle de qualidade. Todo o processo demora de 15 a 20 dias.
A previsão é a de que as doses produzidas a partir do novo carregamento sejam liberadas para o Ministério da Saúde a partir do dia 15 de julho.Neste sábado, o governador João Doria (PSDB) também anunciou que o laboratório chinês Sinovac, parceiro do Butantan na produção da CoronaVac, enviará na próxima terça-feira (29) 1 milhão de doses prontas da vacina para serem entregues ao Programa Nacional de Imunização (PNI).
Ao todo, já foram encaminhadas 52,2 milhões de doses da Coronavac ao PNI. Com a utilização do IFA recém-chegado e a aquisição dos imunizantes prontos, o Instituto Butantan chegará a 73,2 milhões de doses entregues
24 mil litros de insumo até agosto
O diretor do Instituto Butantan, Dimas Covas, disse na quarta-feira (23) que o instituto deve receber 24 mil litros de insumo, o equivalente para a produção de cerca de 40 milhões de doses, entre os meses de julho e agosto.
Segundo o diretor, a chegada da matéria-prima possibilitará ao instituo concluir as entregas de todas as 100 milhões de doses previstas para o Ministério da Saúde antes de setembro, prazo final estabelecido no acordo com o governo federal.
“É possível que possamos receber 12 mil litros em julho, e 12 mil litros em agosto. Com isso, recuperamos o cronograma de adiantamento que nós anunciamos, ou seja, poderemos finalizar o contrato com o Ministério da Saúde ainda em agosto’, afirmou Dimas Covas em coletiva de imprensa no Palácio dos Bandeirantes.
“Tínhamos a data limite de setembro, mas, com essa possibilidade, podemos fechar esse contrato com o Ministério da Saúde, de 100 milhões, em agosto. Aí, entraremos imediatamente no fornecimento de vacinas adicionais para o estado de São Paulo até o limite de 30 milhões”, completou ele.
Com a remessa da semana passada, o instituto conclui as entregas referentes a produção de 5 milhões de doses processadas a partir dos 3 mil litros de IFA (Ingrediente Farmacêutico Ativo) recebidos no último dia 25 de maio.
O instituto totaliza 52 milhões de doses enviadas ao Programa Nacional de Imunização (PNI) desde o início do ano, o que corresponde a metade do total estabelecido nos dois contratos com o governo federal.
Histórico
No último dia 14 de maio, o Butantan já havia suspendido completamente a produção da CoronaVac por falta de matéria-prima. Na ocasião, cidades ao menos 18 estados chegaram a interromper a vacinação com a segunda dose por falta do imunizante.
A China é fornecedora de matéria-prima para a produção tanto da CoronaVac, do Instituto Butantan, como da vacina Oxford/AstraZeneca, produzida pela Fiocruz.
O governo estadual atribuiu os entraves na importação a problemas de diplomacia causados pelo governo federal devido às constantes declarações contra a China.
O Butantan cumpriu no dia 12 de maio a entrega de todas as 46 milhões de doses da CoronaVac previstas no primeiro contrato firmado com o Ministério da Saúde para o PNI.
Inicialmente, o montante total estava previsto para o final de abril, mas houve atraso por conta da falta de matéria-prima.
As últimas remessas enviadas são referentes ao segundo contrato de 54 milhões de doses, que devem ser entregues até setembro.