Doença que afeta 70% dos brasileiros pode estar associada a ansiedade ou lesão no estômago
Maus hábitos alimentares associados à ausência de atividade física na rotina são os principais responsáveis pelos distúrbios alimentares. De acordo com a Federação Brasileira de Gastroenterologia, 70% da população apresenta algum tipo de gastrite. Nas últimas décadas, os fatores emocionais se tornaram outras causas da gastrite. Estresse e ansiedade podem agravar o quadro ou desencadeá-lo.
“A gastrite é um processo inflamatório na mucosa que reveste internamente o estômago, no caso, a camada do estômago. Para o diagnóstico, é preciso colher fragmentos para a biópsia através da endoscopia e vai ser através dessa análise que o patologista vai poder definir se ali existe um processo inflamatório”, explica a gastroenterologista Daniella Knecht, Hospital Jayme da Fonte.
A gastrite comum é provocada por uma bactéria: a Helicobacter pylori. Ela se instala abaixo da camada de muco do estômago e, lá, passa a liberar urease, uma enzima que altera o pH da região. “Temos a gastrite aguda, onde as causas mais comuns são principalmente uso de antiinflamatórios que são analgésico que são usados em larga escala; Temos outras situações de pacientes submetidos a grande estresse; já na gastrite crônica, que grande parte da população tem, é a infecção por uma bactéria que chama de H. pylori. Vale lembrar que na gastrite crônica, a grande maioria desses pacientes são assintomáticos, ou seja, eles não têm nem um sintoma”, explica a médica.
Além disso, quem bebe ou fuma tem chances elevadas de contrair o distúrbio. Já a gastrite nervosa, como seu próprio nome indica, tem relação com a saúde mental. Episódios constantes de estresse e ansiedade são capazes de desencadear essa reação no sistema digestório.
É comum que, ao sentir azia ou queimação no estômago, a pessoa associe à gastrite, mas nem sempre os sinais de má digestão estão relacionados ao distúrbio. Os sintomas e suas intensidades variam de acordo com a forma que a doença foi contraída.
“O paciente que tem gastrite crônica vai ser assintomático. Já na gastrite aguda, vai ter basicamente um desconforto na região epigástrica na parte superior. No caso, na parte mais alta do abdômen, uma sensação de dor que pode ser uma queimação e pode vir acompanhada de náuseas, vômitos ou com aquela sensação de saciedade mesmo o paciente tendo comido pouco”, pontua Daniella Knecht.
A gastrite tem tratamento e cura, mas tudo depende da disposição do paciente em abrir mão do fator desencadeante. Alguns casos são considerados mais fáceis, como o que é gerado pela bactéria, mas outros, como a gastrite nervosa, se tornam mais complicados por exigir uma mudança mais profunda de hábitos, comportamentos e estilo de vida.
“As dicas para evitar gastrite é, principalmente, ter uma vida saudável. Procure ter uma dieta balanceada, evitando os alimentos gordurosos, alimentos embutidos, os fast foods. Procure uma dieta rica em frutas e vegetais, evitar o abuso do álcool, evitar o cigarro, essas são as dicas mais consistentes. E uma vez que o paciente apresenta algum desconforto no que ele acredita que seja na região dos estômago, evitar a automedicação. As medicações hoje para tratamento da gastrite são facilmente encontradas nas farmácias e muitas vezes os pacientes compram e ficam usando a medicação e podem estar mascarando uma outra doença. Então é importante ter o atendimento médico, uma boa orientação com uma definição de um diagnóstico e uma proposta de tratamento”, finaliza a médica.
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