A Rainha Elizabeth II morreu nesta quinta-feira (8), aos 96 anos, no Castelo de Balmoral, na Escócia, após 70 anos de reinado. O comunicado oficial da família real afirmou que a monarca morreu “em paz”.
Sinônimo de longevidade e saúde por ter alcançado o marco de soberana mais velha do Reino Unido e a mulher que reinou mais tempo por todo o mundo, ela também testemunhou vários momentos históricos como a Segunda Guerra Mundial, além de ter visto 15 primeiros-ministros distintos no Reino Unido e presenciar 12 presidentes norte-americanos diferentes.
Mas qual seria o segredo da Rainha? O Correio conversou com a médica Patricya Tavare, especialista em longevidade, que deu algumas dicas para ter uma vida longa e saudável.
Segundo a especialista, a expectativa de vida no Brasil passa dos 75 anos, mais que o dobro do registrado há um século. Ela explica que, segundo estudos, isso é resultado de hábitos de vida saudáveis como uma boa alimentação, atividade física e sono reparador.
“Mas sabemos que é muito mais que isso. Ter um acompanhamento frequente de sua saúde vai garantir prevenção ou diagnóstico precoce das doenças que mais levam a morbi-mortalidade, como doenças cardiovasculares, câncer e doenças degenerativas como Alzheimer”, ressalta Patricya.
A médica afirma que os cuidados com a saúde desde a infância é o que vai garantir um envelhecimento saudável. “Sempre digo aos meus pacientes que o quanto e como você investir na sua saúde hoje fará toda diferença em como você vai passar seus últimos anos: caminhando e com autonomia ou acamado e dependente”, pontuou.
Dicas para garantir uma vida longa e saudável
Sono: “O sono tem que ser reparador, de pelo menos entre 6 a 7 horas por noite. Temos que atingir o ‘sono REM’, que é o que realmente restaura. A regulação do nosso cortisol depende muito desse ciclo sono vigília. Existem diversos estudos, por exemplo, que cita a apneia como causa de demência. Então se você não tiver um sono que realmente restabeleça ou se tiver um quadro de apneia, você aumenta o risco de demência, de doenças cardiovasculares, doenças degenerativas de um modo geral.”
Alimentação balanceada: “Alimentação para ter impacto sobre a longevidade tem que ser uma alimentação balanceada, mas também desde a infância. Se você teve durante toda a vida uma alimentação que não é correta ou ricas em ácidos graxos, ricas em alimentos processados, isso vai ter impacto sobre a sua longevidade. Então, consuma uma alimentação com todos os grupos alimentares. A base ainda continua sendo carboidrato complexo, os oleaginosos não poli-insaturados e vamos subindo com frutas, verduras, legumes. Uma dieta rica em alimentos ‘coloridos’, que tenham todos os grupos alimentares de forma correta, sem restrição alimentar de acordo com cada faixa etária”
Acompanhamento médico desde cedo: “Tem que começar na infância e seguir durante toda a vida com acompanhamento médico frequente, com exames. A gente utiliza na longevidade, biomarcadores de processos inflamatórios, então a gente sabe que hoje em dia o paciente que mais adoece é um paciente que é cronicamente inflamado, é uma paciente normalmente sedentário, que se alimenta mal, que tem uma vida muito estressada, que não dorme bem, que fuma, que bebe. Então são vários fatores que impactam na sua saúde e se ele não cuida da saúde desde a infância ele infelizmente vai ter um processo de envelhecimento mais precoce e menos saudável.”
Atividade física: “Para a atividade física ter um impacto na longevidade, ela precisa ser frequente. Pelo menos quatro a cinco vezes por semana, com duração acima de 40 minutos e que seja praticada desde a infância ou adolescência. A pessoa não precisa ser atleta, mas tem que ter uma atividade física frequente. Isso influencia nos níveis de colesterol, glicose, metabolismo, redução de sarcopenia, redução de doenças degenerativas de demência e doenças cardiovasculares. Existe um estudo, inclusive, que comprova que a atividade física ajuda na prevenção do alzheimer.(Correio Brasiliense)