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SANA é o nome da nova arma para combater a obesidade

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Parceria entre Uruguai e Brasil cria droga que estimula a queima de gordura. Com resultados promissores em humanos e estudo publicado na revista “Nature Metabolism”, a pesquisa é uma nova esperança contra a obesidade

Equipe da UFRJ comandada pela professora Juliana Camacho Pereira: resultados promissores - (crédito: Material cedido ao Correio)

Equipe da UFRJ comandada pela professora Juliana Camacho Pereira: resultados promissores – (crédito: Material cedido ao Correio)

Uma nova droga com potencial de tratar obesidade apresenta resultados animadores. A pesquisa é detalhada em artigo publicado, nesta segunda-feira (16/6), na revista Nature Metabolism — uma das publicações mais respeitadas no campo da medicina. O estudo é desenvolvido pelo Uruguai com a colaboração do Instituto de Bioquímica Médica Leopoldo de Meis da Universidade Federal do Rio de Janeiro (IBqM/UFRJ). Ao Correio, a professora do instituto Juliana Camacho Pereira explicou a importância da nova droga para o tratamento da doença.

A pesquisa teve início em 2016 pelo Instituto Pasteur do Uruguai, sob a liderança de Carlos Escande, a entidade desenvolveu uma nova droga chamada de SANA. “Eles tinham visto que o tratamento em camundongos obesos, submetidos a uma dieta rica em gordura, resultava em perda de peso e melhora de índices como a resistência insulínica, que é o que ocorre na diabetes. Porém, não se sabia o mecanismo pelo qual o remédio agia, e isso é importante para que uma droga continue a ser desenvolvida até chegar no tratamento em humanos”, explicou Pereira.

Nesse sentido, foi quando o IBqM/UFRJ — com a professora e os alunos de mestrado e doutorado Marina Chichierchio, Leonardo Lai de Souza e Gabriele Barbosa — entrou no projeto, em 2019, para colaborar na resolução do questionamento para viabilizar a continuidade da pesquisa. “Junto a Karina Cal e Carlos Escande do Uruguai, eu e meus alunos do instituto, juntamente com pesquisadores da Universidade de São Paulo (USP) — William Festuccia e Luiz Osório — e da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp) — Marcelo Mori, Pedro Vieira e Larissa Menezes dos Reis —, contribuímos para elucidar o mecanismo de termogênese no tecido adiposo, por meio da nossa expertise em avaliar a função de mitocôndrias — organelas que produzem energia na células a partir dos alimentos”, contou. A termogênese é o processo em que o corpo produz calor, eleva a temperatura corporal, aumenta o gasto energético e colabora no controle do peso.

Dr. Carlos Escande, líder da pesquisa do Instituto Pasteur de Montevideo
Dr. Carlos Escande, líder da pesquisa do Instituto Pasteur de Montevideo