Bahia possui 23 mil indústrias, das quais cerca de 94% são micro e pequenas empresas
No próximo domingo, 25 de maio, será comemorado o Dia da Indústria. Atualmente, a Bahia tem cerca de 23 mil empreendimentos industriais, dos quais cerca de 94% são micro e pequenas empresas. Essas pequenas indústrias desempenham papel fundamental no fortalecimento da economia baiana e exercem um papel estratégico na geração de empregos e na distribuição de renda.
Dados do Novo Caged apontam que a Bahia gerou mais de 84 mil novos empregos com carteira assinada em 2024, e uma parte significativa dessas vagas foi criada por pequenos negócios — especialmente em setores como alimentos, vestuário, construção civil e movelaria, onde predominam as micro e pequenas empresas.
“Nós enxergamos essas empresas como agentes fundamentais do desenvolvimento do estado. Por isso, investimos em ações que promovem inovação, sustentabilidade, acesso a mercados e inserção em cadeias produtivas, sempre respeitando as especificidades de cada território. Ao apoiá-las, estamos não apenas fortalecendo a base industrial da Bahia, mas também construindo um modelo de crescimento descentralizado e mais competitivo”, diz o coordenador de Indústria do Sebrae Bahia, Tércio Calmon.
As micro e pequenas indústrias têm um papel estratégico no fortalecimento das grandes cadeias produtivas na Bahia. Elas atuam como fornecedores de insumos, componentes, serviços especializados e soluções sob medida que alimentam setores industriais mais robustos, contribuindo para a eficiência, a flexibilidade e a inovação dessas cadeias. Sua presença garante capilaridade territorial e dinamismo econômico, além de promover a geração de empregos e renda em diversos municípios, inclusive em áreas fora dos grandes centros industriais.
O Sebrae tem desempenhado um papel fundamental na criação de pontes entre as micro e pequenas indústrias e os grandes mercados, tanto por meio da aproximação com empresas-âncoras quanto pela facilitação do acesso a canais de comercialização mais amplos e estruturados. Essa é uma atuação estratégica para promover a inserção competitiva dos pequenos negócios nas cadeias produtivas e fortalecer o desenvolvimento territorial de forma sustentável e inclusiva.
Uma das principais estratégias adotadas pelo Sebrae é o encadeamento produtivo, que busca integrar pequenos fornecedores locais às grandes empresas, promovendo não apenas a conexão comercial, mas também ações de qualificação, melhoria de processos e elevação dos padrões de qualidade. Por meio desse modelo, os pequenos negócios se tornam mais preparados para atender as exigências técnicas, logísticas e ambientais das corporações com as quais irão se relacionar.
O Sebrae também tem investido na transformação digital das pequenas indústrias, facilitando sua inserção em marketplaces e plataformas de vendas online, especialmente em setores como o de moda, alimentos e móveis. Além disso, o Sebrae realiza rodadas e encontros de negócios, missões empresariais, feiras e eventos setoriais, que promovem o encontro direto entre empresários, fornecedores, compradores e investidores. Essas ações ampliam as possibilidades de acesso a novos mercados, favorecendo parcerias e oportunidades de crescimento.
Desafios
As micro e pequenas indústrias da Bahia enfrentam atualmente um cenário desafiador, marcado por fatores estruturais, econômicos e de gestão. Entre os principais obstáculos, destacam-se a elevada carga tributária, a dificuldade de acesso ao crédito com condições adequadas, a baixa qualificação da mão de obra e a limitação na adoção de tecnologias e inovações nos processos produtivos. Além disso, a instabilidade econômica e os custos logísticos, especialmente em regiões mais distantes dos grandes centros urbanos, tornam ainda mais complexa a competitividade dessas empresas.
“No Sebrae, consideramos que a inovação e a sustentabilidade são pilares fundamentais para o futuro das micro e pequenas indústrias. Por isso, essas agendas são parte central da nossa atuação no apoio ao desenvolvimento industrial baiano. Trabalhamos para tornar esses temas acessíveis e aplicáveis à realidade das empresas de pequeno porte, com foco na competitividade, eficiência e responsabilidade socioambiental”, destaca Tércio Calmon.
Por Marcia Gomes para ML Comunicação