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Conclave para definir sucessor do papa Francisco é um dos mais imprevisíveis

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Eleição do sucessor de Francisco é uma das mais imprevisíveis, segundo especialistas. Vaticanistas avaliam risco de guinada de rumo na Igreja Católica, mas reconhecem o legado do argentino

Candidatos a papa

Enviado especial a Roma — Em exatamente uma semana, 133 cardeais decidirão o futuro da Igreja Católica. Para especialistas na Santa Sé, a eleição do sucessor do apóstolo Pedro e do papa Francisco é um das mais incertas dos últimos tempos. A escolha do sucessor, são necessários os dois terços dos votos, ou seja 89. Para tanto, os cardeais precisam de articulações e capacidade de convencimento.

O Vaticano confirmou que dois purpurados não viajarão a Roma por problemas de saúde, além de Giovanni Angelo Becciu, condenado por crimes financeiros, que desistiu após pedido expresso do argentino. Francisco nomeou 80% dos cardeais que estarão presentes no conclave — o que não garante que o próximo papa será alinhado aos princípios do jesuíta argentino.

Os 10 cardeais favoritos na disputa pelo posto de novo papa
Mirticeli Medeiros, vaticanista e doutorando em história do catolicismo, em Roma, admite: “Nós estamos diante de um dos pontificados mais imprevisíveis do mundo contemporâneo, desde 1870, quando ruiu o Estado pontifício, com o governo do último papa rei da história, Pio IX”. A estudiosa explicou que o Colégio Cardinalício ganhou características inéditas, em relação a outros Colégios Cardinalícios de outras fases.

“É o mais internacional, o mais multicultural, plural e diversificado. O papa Francisco, por causa de sua geopolítica em direção ao sinodal, às periferias existenciais e físicas, criou cardeais não com base em suas aptidões intelectuais, políticas ou diplomáticas, mas por causa de seu trabalho pastoral”, disse Medeiros ao Correio. Ela cita, como exemplo, o cardeal Giorgio Marengo, um dos mais jovens do Colégio Cardinalício, à frente de uma Prefeitura Apostólica na Mongólia, país no qual inexistem dioceses.(Correio Brasiliense)

O conclave terá início em 7 de maio, às 10h (5h em Brasília), com uma missa celebrada na Basílica de São Pedro por Giovanni Battista Re, decano do Colégio Cardinalício. Às 16h30 (hora local), os cardeais entrarão na Capela Sistina, farão uma oração conjunta e, depois, saem em procissão solene no local entoando o cântico Veni Creator (“Vindm Criador”). Depois de um juramento em que prometem guardar silênio absoluto sobre tudo o que acontecer na Capela Sistina, eles começarão a votar, Na quarta-feira, haverá apenas uma votação. Na quinta, serão duas pela manhã e duas tarde, e assim nos próximos dias, até que algum cardeal tenha dois terços dos votos. (Correio Brasiliense)