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Pernambuco já tem 79 cidades em estado de emergência

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Fenômeno La Niña agrava a crise, e previsão indica chuvas abaixo da média nos próximos meses

Estiagem atinge barragens pernambucanas (Foto: Compesa)

A falta de chuvas nos últimos meses já levou 79 cidades pernambucanas a terem suas situações de emergência reconhecidas pelo Ministério da Integração e do Desenvolvimento Regional (MIDR) até a última sexta-feira (28). Somente nesta semana, seis municípios foram inseridos na listagem, são elas: Jatobá,  Petrolina, Carnaubeira da Penha, Pesqueira, Santa Cruz e Santa Filomena.

Com o reconhecimento por parte do Governo Federal, as cidades em situação de emergência podem solicitar ao MIDR recursos para ações de defesa civil através do Sistema Integrado de Informações sobre Desastres (S2iD). Com base nas informações enviadas nos planos de trabalho, a equipe técnica da Defesa Civil Nacional avalia as metas e os valores solicitados. Com a aprovação, é publicada portaria no Diário Oficial com o valor a ser liberado.

Para que o Ministério reconheça o estado de emergência devido à estiagem em um município, é necessário que a prefeitura siga um processo específico, que inclui decretação de situação de emergência por parte do município, solicitação ao MIDR, envio de Informações sobre o desastre, áreas afetadas, população impactada, danos materiais e ambientais e ações já realizadas pelo município.

Atualmente, Pernambuco enfrenta uma situação crítica de estiagem. Em dezembro do ano passado, 94 municípios já haviam decretado situação de emergência devido à escassez de chuvas . Em março de 2025, esse número aumentou para 118 municípios, conforme decreto publicado no Diário Oficial do Estado. Também na última semana, a Agência Pernambucana de Águas e Clima (Apac) informou que a previsão climática para o trimestre de abril a junho de 2025 indica chuvas abaixo da média e temperaturas acima da média histórica em todas as regiões do estado.

Essas condições são influenciadas pelo fenômeno La Niña, que provoca o resfriamento das águas superficiais do Oceano Pacífico, impactando a circulação atmosférica e resultando em períodos de seca mais severos.  Diante desse cenário, as autoridades estaduais têm implementado medidas emergenciais para mitigar os efeitos da seca. A Companhia Pernambucana de Saneamento (Compesa) e a Agência Pernambucana de Águas e Clima (Apac) estão monitorando os reservatórios e mananciais, além de fornecer assistência à população afetada.

Uma das medidas adotadas para enfrentar a crise hídrica e reduzir a dependência do Sistema Jucazinho foi a mudança no abastecimento de água em Caruaru, que passará a receber 600 l/s (litros por segundo) de água do Projeto de Transposição do Rio São Francisco por meio da Adutora do Agreste. A mudança ocorre em meio ao pré-colapso da Barragem de Jucazinho, que opera com apenas 3,8% de sua capacidade. Com isso, a cidade pernambucana, de cerca de 400 mil habitantes, terá seu abastecimento reforçado e mais estável, enquanto a água remanescente do reservatório será direcionada às outras 13 cidades atendidas pelo sistema.(Diário de Pernambuco)