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Cirurgia inova no tratamento do cálculo biliar

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A cirurgia litotripsia intra-hepática percutânea surge como uma opção menos invasiva (Priscilla Melo/DP )

Retenção de bile, náuseas, calafrio, febre e olhos amarelados com coceira no corpo. Esses são alguns dos sintomas do cálculo biliar, conhecido popularmente como “pedras no fígado”, que podem provocar sérios problemas de saúde, já que o órgão é fundamental para eliminar toxinas e “filtrar” o sangue. Para os casos que precisam da remoção definitiva dessas pedras, uma parte do fígado também é retirado. Porém, uma técnica inovadora permite um tratamento mais seguro e confortável, sem a ressecção parcial do fígado. No Nordeste, o Hospital Jayme da Fonte foi o primeiro a realizar o procedimento.

“A cirurgia litotripsia intra-hepática percutânea guiada por colangioscopia foi implantada com pioneirismo no Nordeste por nossa equipe médica há pouco mais de um ano, sendo os primeiros pacientes tratados no HJF. Já estamos acompanhando vários pacientes após a realização bem-sucedida desse procedimento”, explica o médico radiologista intervencionista da unidade de saúde, Laécio Leitão.

As pedras são encontradas no canal biliar, onde a bile é produzida e liberada através do ducto colédoco para participar da digestão no intestino. A bile desempenha um papel importante na digestão de gorduras e é essencial para a absorção de vitaminas A, D, E e K. O diagnóstico é realizado através do histórico clínico do paciente, exames laboratoriais e de imagens, como a ultrassonografia hepática e colangioressonância magnética do fígado.

A doença afeta ambos os sexos, porém, algumas mulheres com menos de 40 anos possuem mais chances de desenvolver a doença. Isso ocorre por uma condição genética chamada síndrome LPAC (do inglês, Low Phospholipic-Associated Cholelithiasis), em pacientes já operadas para o cálculo de vesícula, mas continuam com dor na região do fígado devido aos cálculos intra-hepáticos.

Ainda segundo Laécio Leitão, existem diversas formas de tratamento para as pedras no canal biliar. Quando elas estão na vesícula, são tratadas por cirurgia laparoscópica, e quando estão no canal do colédoco (fora do fígado), são retiradas por endoscopia. Porém, quando o cálculo está no fígado, a abordagem inicial utilizada é com antibióticos e um medicamento específico para a doença, que atua diminuindo a formação dos cálculos. Porém, se o problema persiste e ainda com sintomas, o tratamento existente é a cirurgia, que pode exigir até a retirada de uma parte do fígado.

A cirurgia litotripsia intra-hepática percutânea surge como uma opção menos invasiva, onde não é necessário a retirada parcial do órgão. “Por meio de uma punção guiada por ultrassom na parede abdominal, inserimos um fino cateter com fibra óptica que permite visualizar o interior do canal biliar, semelhante a uma endoscopia digestiva. Dentro desse aparelho, um fio de laser é direcionado para o cálculo, fragmentando-o e pulverizando-o. Os fragmentos são então aspirados, desobstruindo o fluxo biliar”, finaliza. Cada situação deve ser individualmente avaliada pela equipe médica especializada. Para os casos sintomáticos, não existe contraindicação.

Próximo ao marco de 70 anos, o Hospital Jayme da Fonte possui equipe de referência na área de hepatologia e gastroenterologia, oferecendo tratamento para diversas condições. A unidade conta com um centro de diagnóstico por imagem, urgência e emergência 24h, além de consultas ambulatoriais. (Diário de Pernambuco)