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Pernambuco atinge marca de 15 mil casos prováveis de dengue; aumento é de mais de 500% em relação a 2023

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Boletim divulgado nesta quarta (3) pela Secretaria de Saúde também aponta aumento de casos de zika, chikungunya e de imóveis com risco alto de focos de mosquito

Aedes aegypti transmite arboviroses (Foto: Divulgação)

Pernambuco atingiu a marca de 15. 174 casos prováveis de dengue, em 2024.É o que aponta o boletim mais recente da Secretaria Estadual de Saúde (SES-PE), divulgado nesta quarta (3).

Segundo o governo, houve um aumento de 542% nos casos prováveis, em relação ao mesmo período do ano passado.

No boletim anterior, divulgado no dia 27 de março de 2024, tinham sido notificados 12.623 casos prováveis de dengue.

A secretaria aponta, ainda, que 18 mortes estão em investigação.

Ao todo, foram confirmados, até esta quarta, 976 casos da doença,
transmitida pelo mosquito Aedes aegypti. Desses, 12 são casos graves.

Chikungunya

O boletim desta quarta aponta também que o Estado notificou, desde janeiro, 2.829 casos prováveis de chikungunya.

Isso representa 210% a mais do que a quantidade notificada no mesmo período do ano passado.

Pernambuco já confirmou 174 casos dessa doença até agora.

Zika

Ainda segundo a SES-PE, foram notificados, no boletim mais recente, 259 casos prováveis de zika.

Isso representa 1.423,5% a mais do que registrado no mesmo período de 2023.

Há 40 casos em investigação em grávidas.

Há quase dez anos, um surto da doença provocou a grande crise de microcefalia em bebês nascidos por causa de notificações dessa doença em suas mães.

Imóveis

Outro dado que chama a atenção no boletim é o risco de contaminação em imóveis no Estado.

Ao todo, 30,4% das residências estão com risco alto. No início do ano, esse índice era de 14%.

No primeiro boletim de abril, 53% das casas têm risco moderado e 13%, baixo.

 

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Dengue

Brasília, DF 31/01/2024 A ministra da Saúde, Nísia Trindade, visita a tenda de acolhimento e atendimento para casos suspeitos de dengue na cidade de Ceilândia, região administrativa do Distrito Federal. Foto: Fabio Rodrigues-Pozzebom/ Agência Brasil

A ministra da Saúde, Nísia Trindade, visita a tenda de acolhimento e atendimento para casos suspeitos de dengue na cidade de Ceilândia, região administrativa do Distrito Federal. Foto: Fabio Rodrigues-Pozzebom/ Agência Brasil

Ministra da Saúde, Nísia Trindade, visita tenda de acolhimento e atendimento para casos suspeitos de dengue na cidade de Ceilândia, região administrativa do Distrito Federal – Fabio Rodrigues-Pozzebom/ Agência Brasil

O Ministério da Saúde define a dengue como uma doença febril aguda, sistêmica, debilitante e autolimitada. A maioria dos pacientes se recupera, mas parte deles pode progredir para formas graves da doença.

A quase totalidade dos óbitos por dengue é classificada pela pasta como evitável e depende, na maioria das vezes, da qualidade da assistência prestada e organização da rede de serviços de saúde.

“Os sinais clássicos da dengue são febre, geralmente junto com dor no corpo, dor atrás dos olhos, mal-estar e prostração. É uma febre que chega a 38° ou 39°. Tudo bem associado”, explicou o infectologista.

Após o período febril, entretanto, é preciso manter a atenção. Com o declínio da febre após os primeiros dias, alguns sinais classificados como de alarme podem estar presentes e marcam o início da piora do paciente.

“O agravamento da dengue acontece em torno do terceiro ao quinto dia, quando a febre desaparece. É interessante porque, geralmente, quando a febre desaparece, a gente acha que está melhorando. Mas, no caso da dengue, pode se um sinal de que a coisa pode piorar.”

“Nessa piora, os sinais de alerta são vômitos recorrentes, a pessoa não consegue se alimentar, fica bem desidratada, dor de barriga, surgem manchas pelo corpo. São sinais de gravidade. Então, no terceiro dia, caso a febre suma e a pessoa se sinta pior, vale procurar o posto de saúde para ser avaliada e verificar a gravidade.”

Covid-19
Já a covid-19 se caracteriza por uma infecção respiratória aguda causada pelo coronavírus SARS-CoV-2 e é classificada pelo Ministério da Saúde como potencialmente grave, de elevada transmissibilidade e de distribuição global.

A doença pode apresentar manifestações clínicas leves, quadros moderados, graves e até críticos.

A maioria dos casos são marcados pela presença de sintomas como tosse, dor de garganta ou coriza, seguidos ou não de febre, calafrios, dores musculares, fadiga e dor de cabeça.

“A covid pode não ter febre. O paciente vai apresentar um quadro de tosse, expectoração, dor de garganta, obstrução nasal associada à dor no corpo. Acompanhado ou não de febre”, explicou Moacyr Silva Júnior.

“Felizmente, com a vacinação, a gente não está tendo mais casos graves de covid-19, com internação. A pessoa pode ficar em casa e tratar coma analgésicos e antitérmicos. Os sinais de gravidade são falta de ar que persiste, cansaço importante, frequência respiratória mais aumentada e uma febre que pode persistir, diferentemente da dengue. Nesses casos, o paciente deve procurar assistência médica.”

Em casos graves, classificados como Síndrome Respiratória Aguda Grave, há desconforto respiratório, pressão persistente no tórax ou saturação de oxigênio menor que 95% em ar ambiente, além de coloração azulada de lábios ou rosto. Nos casos críticos, há necessidade de suporte respiratório e internações em unidades de terapia intensiva (UTI).

Automedicação
Com os sistemas de saúde públicos e particulares sobrecarregados, o paciente, muitas vezes, opta por tomar medicamentos por conta própria. O infectologista alerta, entretanto, que a automedicação, apesar de ser vista como uma solução para o alívio imediato dos sintomas, deve ser feita com cautela para que não haja consequências mais graves – sobretudo em casos de dengue.

“Em relação à covid, particularmente, a dipirona e a lavagem nasal com soro fisiológico já ajudam e diminuem os sintomas até passar a fase. Já em relação à dengue, além do analgésico, que seria a dipirona, precisamos de uma hidratação bastante importante, algo em torno de três litros por dia de hidratação oral. Pode ser suco, água de coco e água. Associados à dipirona, para diminuir os sintomas de dor muscular. O que é contraindicado é o ácido acetilsalicílico, o AAS, que pode piorar os sinais de hemorragia caso o paciente evolua para dengue hemorrágica”, concluiu.

Edição: Denise Griesinger –

Agência Brasil