Artigo do presidente do Sebrae publicado na Folha de S. Paulo destaca que o sistema é bom para quem compra e bom para quem vende
Temos assistido nas últimas semanas a um debate que pode ser desastroso para a economia e exige nosso firme posicionamento. Há uma campanha em andamento que tem como objetivo atacar uma conquista histórica dos brasileiros: o parcelado sem juros. Todos conhecem bem essa modalidade. Ela acontece quando o consumidor compra um bem ou contrata um serviço e tem a possibilidade de parcelar o valor no cartão de crédito, sem pagar juros.
Muita gente só consegue realizar sonhos graças a esse mecanismo. O parcelado sem juros é bom para quem compra e bom para quem vende. Ajuda a girar a economia e, comisso, contribui para a criação de empregos. Para se ter uma ideia, o parcelamento sem juros movimenta R$ 1 trilhão, correspondente a 10% do PIB do país, além disso, nove em cada dez varejistas no Brasil adotam o parcelamento sem juros no cartão para efetivar ao menos parte de suas vendas, de acordo com pesquisa da CNC.
O Sebrae vem monitorando a discussão de limitar o número das par celas sem juros e a ameaça de extinguir essa possibilidade ao consumidor. O nosso posicionamento é que nada justifica a extinção dessa modalidade, pois a proposta não encontra amparo técnico.
Os pequenos negócios respondem por 94% dos CNPJs em atividade no país. De cada dez empregos gerados, sete são do segmento. Em 2023, o país contabilizou1, 6 milhão de novos empregos. Desse universo, os pequenos negócios contribuíram com o saldo de 1, 1 milhão de carteiras assinadas, o que representa 71% do total. Para todo esse pessoal que está na batalha para fazer nossa economia voltar a crescer, o parcelado sem juros é uma ferramenta fundamental. É uma questão de cidadania.
O parcelamento com taxação é inimaginável frente às naturais dificuldades econômicas enfrentadas pelo setor na voracidade própria do mercado. Os pequenos precisam ser protegidos para continuar tracionando a economia brasileira.
Sabe-se que os empreendedores possuem dificuldades reais para obter crédito nos bancos. E o cartão de crédito, em especial, na modalidade com parcelamento sem juros, vem sendo uma das principais opções.
À frente do Sebrae, porta-voz do empreendedorismo no Brasil, sinto-me na obrigação de assumir a defesa do parcelado sem juros. Estamos ao lado do presidente Lula e de Geraldo Alckmin na guerra contra os juros altos e pelo constante crescimento da economia, que vive um excelente momento, com inflação controlada, PIB de 3% e queda significativa na taxa de desemprego, para 7, 7%, o nível mais baixo desde 2013. Além do superávit na balança comercial de US$ 2,2 bilhões na primeira semana de janeiro de 2024.
Defendemos um ambiente de negócios moderno, competitivo e simplificado, para que as micro e pequenas tenham condições de trabalhar e alcançar a prosperidade. Não aceitaremos ataques ao parcelado sem juros. Essa é uma ferramenta importante para todos aqueles que acordam cedo e trabalham duro. O parcelado sem juros é uma conquista e deve ser mantido.
O parcelamento com taxação é inimaginável frente às naturais dificuldades econômicas enfrentadas pelo setor na voracidade própria do mercado. Os pequenos precisam ser protegidos para continuar tracionando a economia brasileira. (Sebrae)