Dia 1 de Agosto é o Dia Mundial do Combate ao Câncer de Pulmão, o segundo mais comum entre homens e mulheres, principalmente entre os 50 e 70 anos, e que representa 25% de todas as mortes por câncer no mundo. De acordo com dados do Instituto Nacional de Câncer (INCA), estima-se que 30.200 novos casos de câncer de pulmão, traquéia e brônquio sejam diagnosticados entre o triênio 2020/2022. Com isso comprova-se a importância de haver cada vez mais formas de conscientização das pessoas sobre a necessidade de uma maior preocupação com a qualidade da saúde dos pulmões.
Separamos abaixo algumas dúvidas e dicas das especialistas da Ana Saúde, healthtech e clínica digital especializada em oncologia e atenção primária ao paciente com câncer, Micheline Pires, Clínica e Oncológica e Líder de assistência digital na Ana Saúde e Dra. Gláucia Flores, Psicóloga Clínica e Oncológica, que podem dar entrevistas sobre nutrição, tratamento, cuidados e prevenção.
Quais são os sintomas mais comuns?
Segundo o Instituto Nacional do Câncer (INCA), os sintomas geralmente não ocorrem até que o câncer esteja avançado, mas algumas pessoas com câncer de pulmão em estágio inicial apresentam sintomas. Os mais comuns são: tosse persistente, escarro com sangue, dor no peito, rouquidão, piora da falta de ar, perda de peso e de apetite, pneumonia recorrente ou bronquite, sentir-se cansado ou fraco, nos fumantes, o ritmo habitual da tosse é alterado e aparecem crises em horários incomuns.
Quais são os tratamentos mais indicados e seus efeitos colaterais?
As opções de tratamento para o câncer de pulmão são cirurgia, radioterapia, quimioterapia, terapia direcionada, imunoterapia, eles podem ser realizados isolados ou concomitantes. Os efeitos colaterais do tratamento irão depender de vários fatores, mas os principais envolvem fadiga, falta de ar, reações cutâneas, dificuldade para engolir, boca seca e feridas na boca, perda de apetite, náuseas, vômitos, diarreia e prisão de ventre, dor, formigamento, queimação, fraqueza ou dormência nas mãos e nos pés (chamada neuropatia periférica). Diante de todos esses sintomas que podem acarretar em diminuição da ingestão calórica e de macro e micronutrientes e comprometer o estado nutricional do paciente há a necessidade da integração da equipe multiprofissional no acompanhamento desses pacientes visando o cumprimento sem interrupções do tratamento que foi programado.
Quais são os impactos do câncer de pulmão na saúde emocional?
O diagnóstico de um câncer é quase sempre muito impactante e causador de muito sofrimento. O Câncer de Pulmão, por sua vez, traz consigo algumas reações emocionais específicas, como alguns questionamentos: “porque comigo, se nunca fumei?”. Para os fumantes, um intenso sentimento de culpa pode trazer muito sofrimento emocional. Para aqueles que fumam, lidar com a abstinência e a imposição feita de que parem de fumar é algo também muito difícil e delicado de enfrentar. Esses pacientes precisam, talvez até mais que outros, de um acompanhamento multiprofissional, com diversos profissionais contribuindo para uma melhor adesão ao tratamento e na minimização das questões psíquicas e emocionais decorrentes do câncer de pulmão.
A gravidade da doença influencia no nível de estresse?
Quando o paciente tem consciência da gravidade da doença, os sentimentos de angústia, medo e insegurança se intensificam, o que, consequentemente, acaba aumentando o nível de estresse. Por isso, a importância de também cuidar dos aspectos emocionais e psicológicos, pois eles também interferem na resposta e na aderência do paciente ao tratamento. O que é possível de se fazer então? Em resumo: expressar e compartilhar as emoções e sentimentos, cuidar de si próprio. Se possível e autorizado pelo médico, fazer alguma atividade física e também buscar alguma outra atividade que proporcione prazer e bem-estar, e lembrar que há vida além da doença e tratamento, e que é possível viver e realizar muitas das suas atividades cotidianas apesar de estar passando por um tratamento oncológico.