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A verdadeira revolução no trabalho é mais humana que digital

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Habilidades técnicas não são suficientes para o sucesso nos negócios. Entenda a importância de investir no desenvolvimento de competências comportamentais

 (crédito: Pexels)

Segundo dados das Nações Unidas, até a metade do século 21, 40% dos postos de trabalho atuais deixarão de existir. Considerando que um cenário futurista traga mais pessoas buscando oportunidades, é possível afirmar que a demanda por profissionais qualificados será maior.

Soma-se a isso uma estimativa prevista no livro “Destruição Criativa: por que empresas feitas para durar não são bem sucedidas”, de Richard Foster e Sarah Kaplan, pela qual os autores apontam que, em 2027, mais de 75% das 500 maiores empresas listadas pelo Standard & Poor’s (S&P) serão empresas que ainda não existem.

Empresas que não existem e redução drástica no número de postos de trabalho: o que este cenário sugere? Uma resposta possível pode ser o investimento em capacitação nas empresas, pois se trata de um processo de educação que permite a adequação das pessoas a atividades que sequer foram criadas.

Porém, trabalhar somente habilidades técnicas será suficiente? Revoluções tecnológicas ocorrem cada vez mais rápido e de forma mais frequente, o que torna inviável a formação de experts no mesmo ritmo. É como diz Paulo Kakinoff: não existe especialista em coisa inédita. Ninguém esperava uma pandemia, por exemplo, mas está claro que trabalhadores do futuro precisarão ser capazes de seguir mesmo sem ter todas as respostas ou diante de imprevistos.

Resultados da pesquisa Empresas do Futuro, da consultoria Great Place to Work de 2019, mostram que a maioria das organizações investe na formação dos profissionais, mas com ênfase na capacitação técnica. Entretanto, a mesma pesquisa também previu que o futuro exigirá de nós a capacidade de se adaptar a um cenário de mudança constante em um mundo volátil, incerto, complexo e ambíguo. A construção de novas estratégias de aprendizagem, uma verdadeira revolução humana, é o caminho para alcançá-la.

É o que também apontam os especialistas para o cenário pós-pandêmico. Por exemplo, a chegada da Covid-19 nos forçou a intensificar a digitalização do trabalho. Mas, apesar da dificuldade imposta por este fenômeno, um estudo da IBM do ano passado mostrou que, por meio de competências comportamentais, os profissionais serão mais capazes de lidar com as novidades digitais no futuro. O segredo agora é capacitá-los para que coloquem a tecnologia em função de suas necessidades e não o contrário.

Comprovada a importância de se investir no aspecto mais humano da nossa capacitação profissional, resta entender como fazer isso. Não há fórmula mágica para transformar a cultura de distintas empresas, mas é possível identificar pontos-chave que promoverão líderes a facilitadores de experiência e farão com que equipes sejam mais capazes de inovar.

A inteligência emocional é uma das competências comportamentais que representa 58% do desempenho de qualquer profissional. Uma estratégia para desenvolvê-la é aprender a se comunicar com qualquer pessoa sobre seu trabalho. Essa é uma boa maneira de aprender a adquirir autoconfiança. Quando você é capaz de tornar clara a sua comunicação, fica mais fácil entender que o indivíduo é mais criativo quando dialoga, inspira e é inspirado. A criatividade é o poder que guia a tecnologia.

Outra grande dica pode estar em repensar a troca de conhecimento com os colegas de trabalho. É um exercício que nos leva a ser didáticos e desenvolver a empatia para não nos esquecermos de que o diálogo se dá entre adultos. A meta é transmitir conhecimento ao invés de impor e a escuta ativa é um alicerce desse processo. É preciso entender o outro para que ele lhe entenda.

Problemas complexos não são solucionáveis somente pelo aporte tecnológico quando o fator humano está em jogo. Desenvolver competências como a inteligência emocional significa observar o próprio comportamento. Controlar emoções e impulsos nos afasta de tomadas de decisão movidas a crenças pessoais e, assim, torna-se possível a colaboração entre pessoas pela motivação e não pela obrigação.

De acordo com pesquisa da consultoria Gartner, além da inteligência emocional, há outras estratégias comportamentais a balizar o profissional do futuro: visão de negócio, capacidade para se adaptar, jogo de cintura, capacidade para se integrar a times ou iniciativa para explorar abordagens que incluam desenvolvimento humano. Trata-se de mudar o foco das empresas e métodos escaláveis para um aprendizado escalável.

Porém, é importante que as empresas entendam a importância de se responsabilizar pelo desenvolvimento de seus colaboradores, pois não há base educacional para suprir atividades que ainda serão criadas.

Sobre as autoras

Clarissa Da Rosa e Rachel Frota são empresárias e fundadoras da Muta Ecossistema e idealizadoras do projeto Transforma.Co, que constrói estratégias de aprendizagem em empresas.

Ei! Comunidade de Empreendedorismo e Impacto é uma iniciativa da Fundação Assis Chateaubriand, que busca desenvolver pessoas, ideias e negócios, nos ambientes digital e presencial, de um jeito vibrante e inspirador. Apostamos no empreendedorismo como ferramenta para inclusão, transformação e mobilidade social.

A partir de 2020, um de nossos focos é o empreendedorismo feminino. Por meio da educação empreendedora de base, nosso desafio é apoiar uma nova geração de mulheres empreendedoras, estimulando o desenvolvimento de soluções bem estruturadas com um olhar empático, inovador, sustentável e de impacto.

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