De um lado, uma Argentina equilibrada ao redor de Messi; do outro, Mbappé e uma França na plenitude técnica e mental
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Companheiros no PSG, Messi e Mbappé se enfrentam na final da Copa do Mundo do Catar Juan Mambromata e Franck Fife/AFP
A história é sempre contada pelo prisma dos vencedores, e a Copa começou com alguns roteiros possíveis: o do hexa brasileiro, o do reencontro dos ingleses com o título mundial após 56 anos, o da consagração de Cristiano Ronaldo. A competição se iniciou e apresentou um extra, dos mais extraordinários, protagonizado por Marrocos e seu sonho de ser o primeiro africano campeão do mundo. Mas terminará domingo com um novo tricampeão. A terceira estrela na camisa terá um significado diferente dependendo de quem ganhe entre argentinos e franceses.
Os sul-americanos chegam à decisão atrás de um título que colocará Lionel Messi definitivamente no mesmo patamar aonde ousaram chegar apenas Pelé e Maradona. O camisa 10 conduz sua seleção desde o primeiro jogo, é corpo e alma da equipe. Quando não brilhou, sua seleção acabou derrotada pela Arábia Saudita; depois, foi crescendo aos poucos, sendo decisivo contra o México ao abrir o placar em um jogo que podia eliminar seu time.
A partir do mata-mata, Messi emendou atuações épicas, foi enfileirando adversários — australianos, holandeses e croatas — até levar a equipe à decisão, no Estádio Lusail.
A Argentina tem sido uma seleção que equilibra seu jogo ao redor de sua estrela, mas que também se adapta aos adversários. Nas seis partidas até agora no Catar, o técnico Lionel Scaloni não repetiu a escalação. Primeiro, teve problemas com lesão. A partir das oitavas, sempre por questões táticas, mexeu nos titulares. Ora jogou com dois zagueiros, ora escalou três, como no duelo com os holandeses. Contra a Croácia, que chegou à semifinal respaldada por ter eliminado o Brasil, impôs seu estilo para fazer incontestáveis 3 a 0.
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O tricampeonato, se vier, não vai consagrar um jogador especificamente, ainda que Mbappé faça uma grande Copa. Caso ele saia vencedor, se tornará duas vezes campeão mundial a dois dias de completar 24 anos. Mas ele já desembarcou no Catar como o mais provável sucessor de Messi e Cristiano Ronaldo.
Será um título para coroar de vez a França como uma fábrica inesgotável de talentos para os gramados. Historicamente, Brasil e Argentina sempre foram vistos como os maiores celeiros de craques, onde se vive o futebol mais intensamente, e, por isso, os talentos brotam em profusão. Mas esse preceito pode mudar em caso de título francês. A história mostra como é difícil um país alcançar duas finais de Copa do Mundo seguidas. Dois triunfos, então, é algo ainda mais raro, por demandar uma capacidade de renovação que pouquíssimos conseguem. Desfalcados de alguns medalhões, lesionados, os “Bleus” recorreram a substitutos e mantiveram o alto nível.
Portanto, o tricampeonato mundial, caso se concretize, será um sinal inequívoco de que a França merece também ser vista como o país do futebol.