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Reino Unido e o mundo se despedem de Elizabeth II no Castelo de Windsor

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Caixaão de  Elizabeth II foi levado para a cripita do Castelo de Windsor

 

Vazam detalhes de planos para funeral da Rainha Elizabeth II | VEJA SÃO  PAULO

Ícone de uma era, Elizabeth II, que faleceu após um reinado de 70 anos, terminou, nesta segunda-feira (19), sua última viagem em Windsor, onde entrou na cripta real onde repousam seus pais e marido após seu imponente funeral de Estado.

A “segunda era elisabetana” terminou simbolicamente quando o mais alto funcionário da Casa Real quebrou o bastão da governante, que será enterrada em uma cerimônia privada marcada para as 19h30 (15h30 de Brasília) em uma capela adjacente.

Milhares de pessoas se reuniram na grande avenida que leva ao Castelo de Windsor para ver a chegada do caixão da rainha, transportado cerca de 40 km em um carro funerário da capital britânica.

“Vim prestar meus respeitos e cumprimentá-la uma última vez quando o carro fúnebre passou, como veterano militar era meu dever (…) e eu não poderia estar mais orgulhoso por ela estar enterrada em Windsor”, disse à AFP Robert MacDonald, um morador local que estava uniformizado.

O carro fúnebre chegou coberto com as flores jogadas pela multidão durante sua viagem de Londres, onde Elizabeth II havia sido homenageada em um funeral de Estado na Abadia de Westminster.

Nele, o arcebispo de Canterbury, Justin Welby, líder espiritual da Igreja Anglicana, elogiou a vida da rainha, dedicada durante sete décadas a seu povo.

“As pessoas que amam servir são raras em qualquer âmbito da vida. Líderes que amam servir são ainda mais raros. Mas em todos os casos, aqueles que servem serão amados e recordados, enquanto aqueles que se apegam ao poder e aos privilégios são esquecidos”, disse Welby.

O Coral da Abadia de Westminster e o Coral da Capela Real entoaram seus cânticos para os quase 2.000 participantes, incluindo centenas de governantes e monarcas do mundo, do presidente americano Joe Biden ao brasileiro Jair Bolsonaro, passando pelo rei da Espanha, Felipe VI, ao imperador do Japão, Naruhito.

Na parte final da cerimônia, todo o país respeitou dois minutos de silêncio, das ruas aos parques, incluindo os pubs, onde muitos acompanharam a cerimônia pela televisão.

O funeral de Estado terminou com o hino nacional, “Deus salve o Rei”, cantado em homenagem ao novo monarca Charles III.

Em seguida o rei acompanhou a pé, com os irmãos Anne, Andrew e Edward, além dos filhos William e Harry, a saída do caixão, coberto com a bandeira da monarquia, a coroa imperial, o cetro e o orbe, por uma procissão de quase dois quilômetros no centro de Londres.

O caixão foi transportado em uma carreta da Royal Navy (Marinha Real) que, ao som das marchas fúnebres de Beethoven, Mendelssohn e Chopin, seguiu acompanhada por militares até o Arco de Wellington, no Hyde Park Corner.

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Bisnetos da monarca, o príncipe George, de 9 anos, segundo na linha de sucessão, e sua irmã Charlotte, de 7 anos, seguiram o cortejo no primeiro de vários automóveis oficiais, ao lado de sua mãe Catherine e da nova rainha consorte, Camilla.

O terceiro filho dos príncipes de Gales, Louis, de 4 anos, não compareceu à cerimônia.

Ao final da procissão, o corpo de Elizabeth II foi levado a um carro fúnebre para o transporte até Windsor, 40 km ao oeste da capital e onde fica o famoso castelo de mesmo nome que será a última morada da rainha.

Multidão nas ruas
Na véspera do funeral, o Palácio de Buckingham divulgou uma foto inédita de Elizabeth II, muito sorridente, feita para o “jubileu de platina” em junho.

Elizabeth II faleceu em 8 de setembro aos 96 anos, quando estava em sua residência escocesa de Balmoral.

O estado de saúde da rainha era delicado há um ano, mas o falecimento da monarca, com uma presença que parecia eterna, provocou grande comoção no país e no mundo.

O Reino Unido a homenageou com 10 dias de luto nacional, cortejos e procissões. A emoção popular tornou quase imperceptíveis os protestos da minoria de republicanos.

Seu filho mais velho, de 73 anos, a sucedeu como Charles III. Até então um dos membros menos apreciados da família real britânica, sua popularidade subiu nos últimos dias.

A Abadia de Westminster não tinha espaço suficiente para a multidão de britânicos que desejavam acompanhar a rainha até o fim.

Milhares de pessoas aguardaram desde as primeiras horas da manhã no Mall, a famosa avenida que leva ao Palácio de Buckingham, para acompanhar a passagem do cortejo após o funeral de Estado.

“É uma emoção que não pode ser descrita, observar a passagem do caixão da rainha”, declarou à AFP Maryann Douglas, enfermeira aposentada de 77 anos. “Foi melhor do que eu esperava, tive lágrimas e senti calafrios”, disse.

Reunida com os pais e o marido
Símbolo de uma era de grandes mudanças, Elizabeth II assumiu o trono em 1952, em um Reino Unido ainda abalado pelo pós-guerra, e faleceu em 2022, no pós-pandemia e Brexit.

Ela conheceu 15 primeiros-ministros, de Winston Churchill à atual Liz Truss, assim como figuras históricas que incluem o soviético Nikita Khrushchev, a madre Teresa de Calcutá e o sul-africano Nelson Mandela.

Em Windsor, o caixão passou pelos amados corgis da rainha e foi conduzido à Capela de St. George. Nesta igreja do século XV, conhecida por ter sido cenário dos últimos casamentos reais, foi organizada mais uma cerimônia religiosa com 800 convidados, incluindo funcionários que trabalhavam para a rainha.

No local, a corona, o orbe e o cetro, símbolos da monarquia, serão retirados do caixão e colocados sobre o altar. O funcionário de maior alto escalão da Casa Real, Lorde Chamberlain, quebrará sua “vara de comando” e a colocará sobre o caixão, simbolizando o fim do reinado de Elizabeth II.

Depois, em uma última cerimônia privada, reservada aos familiares mais próximos, a rainha será sepultada no “Memorial George VI”, um anexo onde foram enterrados seus pais e as cinzas de sua irmã Margaret.

O caixão de seu marido, o príncipe Philip, será enterrado ao lado dela, depois de ser transferido da cripta real, onde está desde sua morte em abril de 2021.