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Em função das precipitações elevadas observadas desde o início de 2022 e principalmente das altas vazões naturais afluentes ao reservatório de Três Marias, a bacia do rio São Francisco se encontra em condição de cheia, com seus reservatórios operando para controle de cheias.
Nesta circunstância, as condições de operação estabelecidas pela Resolução ANA n° 2.081/2017 e pela Resolução ANA n° 111/2021 ficam suspensas, conforme estabelecido respectivamente pelos seus artigos 19 e 12, devendo ser seguidas as Regras de Controle de Cheias – Bacia do Rio São Francisco, estabelecidas pelo ONS.
A ANA acompanha a operação em articulação com o ONS e demais entes responsáveis. Além disso, divulga a melhor informação disponível aos interessados por meio de reuniões periódicas e pelo boletim diário da bacia (https://www.gov.br/ana/pt-br/sala-de-situacao/sao-francisco).
Na reunião de acompanhamento realizada hoje (12/01), foi relatada a precipitação acima da média esperada ocorrida desde o mês de dezembro, formando condições propícias de umidade do solo para a elevação do escoamento e vazões dos rios. Para os próximos dias, a previsão é de redução dos volumes precipitados, mas com vazões ainda em alta devido ao tempo de propagação da cheia na bacia.
O Sistema de Alerta Hidrológico da Bacia do Rio São Francisco, operado pelo Serviço Geológico do Brasil – CPRM em parceria com a ANA, verifica que o nível de inundação foi ultrapassado em 4 estações na parte alta do rio principal (Pirapora, São Romão, São Francisco e Pedras de Maria da Cruz). Em todas as estações a jusante os níveis estão em ascensão. Os afluentes ao rio São Francisco, como Abaeté, rio das Velhas e Paracatu também têm vazões elevadas e ainda propagam a onda de cheia, que deverá chegar ao rio principal nos próximos dias.
Nessas condições, caracterizada a necessidade de operação para controle de cheias, Cemig e Chesf, agentes responsáveis pelas principais hidrelétricas do rio São Francisco, identificam a necessidade de aumentar as vazões defluentes praticadas com o objetivo de preservar os volumes de espera dos reservatórios. Os volumes de espera são projetados para suportar as ondas de cheia e proteger as populações e estruturas abaixo das barragens contra inundações.
Em Três Marias a defluência foi elevada para 830 m3/s e o volume de espera ainda não foi atingido. Devido à subida das afluências, está programado aumento das vazões de saída, com vertimentos, a partir da sexta-feira, dia 14. As defluências deverão subir a partir de então ao longo do final de semana e na semana seguinte. Os valores estão sendo definidos pela CEMIG, que é o agente responsável.
Em Sobradinho as defluências passaram a ser elevadas a partir de hoje, com 1.300 m3/s, e subindo 500 m3/s a cada 2 dias até atingir a máxima esperada de 4.000 m3/s em 24/01. O volume atual é inferior ao volume de espera, mas foi identificada a necessidade de preparação para recebimento da onda de cheia que já se encontra na bacia. Em Xingó, a operação é semelhante à de Sobradinho, com incremento de 500 m3/s a cada 2 dias e máxima esperada de 4.000 m3/s em 24/01.
Esses patamares de vazões não são observados desde 2009. Por esse motivo, a ANA reforçou a necessidade de que os agentes operadores dos reservatórios mantenham canais de comunicação clara e facilitada com as autoridades locais, as defesas civis e a população atingida pela elevação dos níveis do rio, com o objetivo de garantir sua segurança.
A próxima reunião para acompanhamento da situação e divulgação das informações será realizada no dia 25/01, às 10h. Todas as reuniões de acompanhamento da operação dos reservatórios do São Francisco podem ser acompanhadas no canal da ANA no YouTube, em https://youtu.be/aKk89F8m0q4. As gravações de reuniões anteriores ficam disponíveis no mesmo endereço.
Assessoria Especial de Comunicação Social (ASCOM)
Ascom
