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Dormentes celebra Januário José Barbosa

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Por iniciativa do comerciante José de Cicero, da  família e amigos de Dormentes-PE, a comunidade reviveu no último domingo (25), na comunidade do Mudubim,   uma bonita  passagem de lembranças e histórias, para narrar a vida de Januário José Barbosa.

Para o acontecimento, foram convidados vários parentes do homenageado, que moram em Dormentes e em diversas cidades brasileiras, para que juntos,  todos pudessem conhecer de perto a bonita historia de Januário`,  um baluarte em pleno sertão.

Mais de trezentas  pessoas compareceram ao evento,  reunindo varias gerações de parentes do homenageado, representando os seguimentos familiares.

Na história, segundo o levantamento feito,  Januário José Barbosa nasceu em  1º de Julho de 1888, filho de José Barbosa Cabral e Cândida Maria de Jesus natural da fazenda Mudubim. Casou-se com Josefa Maria da Conceição e tiveram 8 filhos: Isabel, José, Maria, Antônio, Raimunda, Maria dos Anjos, Cicero e Manuel, uma família íntegra baseado nos ensinamentos cristãos, de costumes e tradições humildes. .

Januário era um homem forte e corajoso, destemido e valente que enfrentou grandes batalhas na vida. Trabalhou honestamente e  andava sempre a cavalo em qualquer situação.

Ao lado de sua esposa transmitiu ensinamentos valiosos  reforçando sempre  a união, o respeito, a coragem, a determinação na criação de seus filhos. Foi um homem de atitudes,  justo e respeitado, defensor de seus princípios.  Bravura sempre foi  sua maior virtude.

Não esperava o senhor Januário que em dia tão especial, justamente no dia do casamento do seu segundo filho, José Januário, sua família passaria por momentos de muita dor e aflição, quando receberam a noticias,   que próximo a sua residência,  no sítio Estriveira, aconteceu  uma grande tragédia comandada pelo´ Bando de Zé Lourenço`, quando várias pessoas foram iludidas e  levadas como reféns, inclusive sua filha Isabel e sua esposa Josefa, que foram vítimas desse massacre cruel, conhecido como Pau de Colher

 

De repente , José Hermógenes chegou aflito contando  a Januário que sua esposa Josefa da Conceição e sua filha Isabel pela qual estavam esperando o horário para o casamento do seu irmão,  tinham  sido vitimas do massacre. Naquele momento,  o desespero foi tão grande na casa de  Januário,  que muitas pessoas correram para a Estriveira sem saber o que  estava acontecendo, inclusive sua esposa Josefa querendo salvar sua filha Isabel dessa perseguição  do bando de Zé Lourenço, mas a cavalgada foi em vão. Antônio Januário como já tinha presenciado o fato voltou várias pessoas agarrando pelo braço dizendo: “QUEM ME OUVIR, NÃO VAI LÁ”.

Neste momento o senhor Januário tomou a seguinte atitude, montou seus cavalos e juntamente com o senhor Júlio Hermínio foram buscar a FORÇA (policial) em São João hoje a cidade de Afranio/PE.  Os  QUINZEIROS ficaram sabendo que força Policial foi avisada e  começaram violentamente matando algumas pessoas  e fugindo com outras.

 Foram momentos de horror e  diante de tanta correria e aflição,  Januário voltou  a procura de sua esposa e filha na esperança de encontrá-las com vida, mas a caminho da casa de sua filha Isabel,  ouviu gritos de uma criança na qual era sua neta Maria de Lourdes nos braços de seu pai enlouquecido, um tanto surtado. Januário,  destemido e corajoso, arrancou caroá, amarrou seu genro Zacarias, esposo de sua filha Isabel entregando-o a força policial e salvando a vida de sua neta, que ainda lhe avisou dizendo: “PADRIN, MADRINHA FICOU

SENTADA NO PÉ DE UMBURANA”, aflito voltou Januário e assim encontrou sua esposa morta. Na história ,   Maria de Lourdes, sua netinha de 6 anos foi criada e educada por seu avô Januário,  lhe deixando quando casou com  José Felipe Rodrigues. .

Passado o episódio,  Januário de coração partido e com sua família despedaçada sem a matriarca,  continuou sua vida sempre ao lado dos filhos,  transmitindo-os,  os grandes feitos e  as boas experiências de vida, amparando-os quando necessário.

Destacado como vaqueiro bravo e ligeiro, conhecia grandes Tropeiros como também Boiadeiros  e em sua humilde casa, sempre  recepcionava os seus  amigos vaqueiros, como: Antonio Floresta, Belizário, Luiz Romão que tangiam  boiadas do Piauí a Pernambuco.   Januário também era encarregado de buscar imensas boiadas, bem  distantes de seus amigos compradores de gado,  juntamente com seus tangedores de confiança,  como João Mané Grande, Julio Herminio, Zezinho Liano e outros.

Eles passavam vários dias de estrada a fora. As boiadas eram despejadas em seu imenso curral para descanso e cuidados dos animais que chegavam machucados e os vaqueiros e tangedores pernoitavam de dois a três dias e/ou quanto necessário em sua residência, quando ali, tomavam  café, almoçavam  e jantavam , com aquela animação, muita  conversa alegre e muitas  trocas de experiências vividas.

Um  fato interessante lembrado por suas netas,  era a espera da chegada de padrinho Januário como era carinhosamente chamado por todos os seus netos e netas, sobrinhos e sobrinhas porque ele  trazia sempre  algo interessante (da culinária) que eles não tinham ali e  era a maior felicidade. .

Sua história ainda não acabou. Ela  foi marcada por grandes contribuições para a região, onde ele  recebia também em sua residência o farmacêutico José Vicente,  natural da então cidade Afranio/PE.  Como na época não tinha medico,  ele passava uma semana receitando remédios para as pessoas que lhes aguardavam nos meses de maio e setembro,  quando estava passando para Santa Cruz, o qual era aguardado também por lá.

E assim, foram os fragmentos, contados da história de vida desse grande patriarca, que já partiu desta vida.  Sua paz agora é eterna e aos que ficaram ainda resta a honra de homenageá-lo. Por isso, Zé de Cicero,  com toda a sua simplicidade e vontade de reverenciar  o querido Januário,  reuniu tanta gente, parentes e amigos, para celebrar nesse ultimo domingo, 25 de junho e marcar esta homenagem a Januário, pela sua luta, coragem e dedicação.

Durante a solenidade, foram homenageadas ainda várias outras pessoas que fizeram parte desta bonita história, como os filhos de Januário, inclusive com a presença de familiares de cada homenageado, como:

– Isabel da Conceição Filha – Nasceu em 1908, filha de Januário e Josefa Conceição.

– Maria Januária Barbosa – Nasceu em 1912 no Sitio Mudubim, filha de Januário e Josefa Conceição

– Antônio Januário Barboza, nascido em 1915, no Sitio Mudubim, filho de Januário e Maria da Conceição

– Raimunda Josefa Barbosa, filha de Januário e Josefa Maria da Conceição

– Maria dos Anjos Barbosa Reges – filha de Januário e Josefa

  • Januário José Barbosa – Filho de José Barbosa Cabral e  Cândida Maria

– Cicero Januário Barbosa – Filho de Januário e Josefa Maria da Conceição

– Manoel Januário Barbosa – filho de Januário e Josefa Maria

Assim, os organizadores e colaboradores do evento, através de Cleane, Renata, Leni, Cleide, Nailda, Claudia, Maria das Graças, Emanuelle, Leni, Vilaneide, Maria Raimunda, Expedita, Gildineia, Tereza, Natalia e Sonia, além de um dos idealizadores do evento,  comunitário e comerciante, Zé de Cicero, que ao lado de sua família, esposa e filhos, agradecem a presença de tantos amigos e parentes, afirmando que no próximo ano a festa vai ser repetida e deve ser ainda melhor. (Organização)