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Praticar exercício físico já foi um risco para a saúde. Entenda

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Antes de 1998, qualquer pessoa poderia prescrever e orientar programas de exercício físico

A tired young sporty woman having rest after workout, sitting on floor at gym , over grey background.

Imagine-se realizando matrícula numa academia de ginástica no ano de 1990. Você se matricula, paga a mensalidade e agora precisa de um treino. No entanto, ao invés de ser recebido por um profissional qualificado em Educação Física, você é abordado por um entusiasta que se autointitula “treinador”. Sem regulamentação da profissão, qualquer pessoa podia assumir esse papel, sem a necessidade de formação específica, portanto, sem nenhum compromisso com uma prestação de serviço ética, visando sua saúde e seus objetivos.

Provavelmente, esse “treinador” improvisado montaria um programa de exercícios sem levar em consideração sua condição física, histórico médico ou metas individuais. As máquinas e pesos na academia se tornam ferramentas de risco, pois a falta de conhecimento técnico-científico expõe os praticantes a lesões potenciais, até risco de morte. Na ausência de padrões e diretrizes, o ambiente de treino se transforma em um terreno de incertezas, onde a falta de qualificação coloca em perigo a segurança dos frequentadores.

Esse era o cenário antes da criação dos Conselhos de Educação Física, ou seja, o Sistema CONFEF/CREFs. Nesta época, praticar exercício físico poderia representar um risco, ao invés de um hábito promotor de saúde. Após muita luta da categoria, foi criada a Lei Federal 9696/98, que regulamentou a profissão.

A partir dela, todos os profissionais de Educação Física, para atuar na área, precisaram se registrar no CREF (Conselho Regional de Educação Física). Desta forma, prescrever e orientar treinos ou esportes sem o registro passou a configurar exercício ilegal da profissão, assim como ocorre no caso dos médicos e dos advogados. Para controlar este cenário, os CREFs ficaram responsáveis por orientar, disciplinar e fiscalizar o exercício da profissão e zelar pela fiel observância dos princípios de ética e disciplina da classe.

Em 2023,  a Educação Física completou 25 anos de regulamentação. São 25 anos garantindo à sociedade o direito de ser atendida por Profissional de Educação Física. Graças ao trabalho dessas entidades, hoje você pode confiar no seu treinador, tendo a certeza de que ele estudou Fisiologia, Biomecânica, Cinesiologia e muitas outras disciplinas para te atender. E está embasado cientificamente pelas diretrizes éticas e resoluções da sua profissão.

Juliana Reche Swerts jornalismo@confef.org.br